Olhou-se no espelho perguntou “Quem és?”
Via pernas, braços e um corpo que não era o seu. Onde estava a gordura localizada, a celulite, a velha marca de expressão na testa?
Olhou-se no espelho e nada mais estava como era antes.
Onde ela estava?
Aquela alma não era sua, aquele corpo não era o seu. Seu olhar não carregava mais alegria. Não tinha medo de amar, sofrer, morrer. Nada restara. O jarro chinês fora quebrado e magicamente os cacos evaporaram.
Aquilo em frente ao espelho era algo cheio dos seus sentimentos mais profundos, obscuros, cicatrizes de uma dor que nunca sara. Flacidez e nostalgia.
E com os olhos que não eram seus, chorou um choro desesperado...
Restara o egoísmo. E era ele que gritava “Quero meu corpo, meus defeitos, minhas gorduras”. Aquilo que ela não fazia a menor questão de guardar foi o tudo o que lhe restou.
Cogumerda!!
2 comentários:
tudo oque a gente faz uma hora volta, mas algumas vezes, nã odepende do mostruário do relógio pra explodir: é implosão, são nossos cacos que caem em límpidos escombros pelos olhos; e a alma inteira se despe - não há outra volta.
dói a intensidade plena.
mas é inteira.
;****
Sim! ótimo... Eu gosto de ser assim...
Quase um Orlando teu texto xD
beudbeudbeudbuebduedbuedbued
=)
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