"Luva e mão

Mão e luva

Vamos passear de guarda-chuva

Mão e luva

Luva e mão"
(pEDro lUIz)

Não foi só isso, mas temos que admitir que o buraco da luva foi o ponto chave da aproximação. Era um buraco fino como o dedo da menina. A luva era emprestada da irmã mais velha, mal servia na pequena mão.
Luvas, boina e meias coloridas, ambos, dois.
Ele não tinha o tipo físico ideal? Supérfluo! Suas ideias a atraiam desde sempre, a conversa fluía e ela catava peculiaridades mínimas, de seu agrado mais remoto, nele. Ela intuitivamente sabia que algo aconteceria mas não esperava.
Voltemos agora ao buraco da luva, afinal, ele foi a mola propulsora para aquela noite.
O buraco, vindo não sei de onde, causou o frio no indicador esquerdo:
- Ai...que frio – disse ela. - [risos] frio no dedo!
- Onde? - ele era curioso. Ela gostava disso.
O frio no dedo, culpa do buraco, fez com que caminhassem juntos pelas ruas penumbres e gélidas onde o vento sussurrava seu riso.
Então dançaram. E beberam, ela, algo que aquecesse o corpo. Ele para encorajar-se. Mas as coisas seriam bem simples, como as banalidades louváveis, os olhares mais doces e mais importantes.
Brincaram feito crianças e entre cortes e engasgos de voz, apimentado pelo rubor da face ele lhe pediu um beijo, aquele que esperava há dias. Ela adorando a proposta, divertidamente consentiu. Então foi troca, carinho, conversa, aplausos dos amigos, alívio do melhor: enfim o outro cessaria o falatório sobre ela.
Mão dadas, luvas abraçadas. Ambos: dois sorrisos, dois narizes congelados, duas luvas e aquele buraco. Buraquinho fino, mínimo, de causa indefinida altamente capaz de unir destinos.

=) Cogumela