quarta-feira, 24 de março de 2010

[[ Descuido ]]

Construí para ti um castelo quando nos beijamos, de areia.
Com os meses senti necessidade de ti e fiz para nós uma varanda de cartas, ouros.
Os meus olhos brilhavam e teu corpo saltitava com besteiras só nossas. E no caminho que trafegávamos, construí uma estrada de dominós que nos levava a varanda em frente ao castelo. Foi lá que depois de um longo abraço, em meio a teus lábios, subi delicadamente meu pé. Descuidada derrubei uma peça que derrubou o caminho chegando a varanda e as paredes de areia pelas quais fomos soterrados. Nesse dia eu transformei em amigo o que era amor.

7 comentários:

felipesfr disse...

muito bom.. que lagal.. sua forma de escrever...
o simbolismo e toda a questão dos nossos processos internos..
e é verdade.. com discuido as vezes as coisas fogem de nossas mão.. apenas fica.. aquilo que é para ser nosso...
e o que é nosso senão aquilo que prezamos ter? auhauah
bjss

Anônimo disse...

Noossa!!! muito bom, lindo mesmo... sentimento pós: aquele quentinho após terminar de ler um bom livro, de fecha-lo e dizer: bah preciso ler mais desse autor. e claro, o meu sorriso bobo e torto se fez presente.
tu é phoda, broto!

kan ghu ru. disse...

x)~~

castelos de baralho, assim como o amor, tendem a se desmantelar. no entanto, ainda têm-se as cartas, assim como as pessoas.

;**

Anônimo disse...

As vezes os nossos "descuidos" nada mais são do que o nosso íntimo nos dizendo que temos que mudar algumas coisas, não? heheh!

Gostei do teu texto, ele ta cada vez melhor... =)

Bjoos!! Gi.

Zuza disse...

Sempre é melhor transformar em amizade do que em nada, vazio.

Naomi Conte disse...

quanta fluidez. quanta.

Ale Leonhardt disse...

"Nesse dia eu transformei em amigo o que era amor."
me tocou... quando é assim, meio que sem querer, meio que sem notar, parece abalar muito mais do que quando era previsível e determinado.

prometi o mundo e acabei deixando as promessas no meio do caminho... triste.

*gostei daqui hein hehe*