quinta-feira, 27 de maio de 2010

[[ uma letra temporal ]]

'a missão concedida
consagrada no ser
não será bem sucedida
se não pelos próprios pés'
[5 a seco]

...E tudo traduziu-se em banalidade, vagueza, fiapos daquilo que chamávamos de sorriso e 'relação entre gente'. Somos caras sérias e cabeças baixas nas manhãs cinzentas ou ensolaradas.

E por acomodação dizemos 'Tá, tudo bem!'. Não, não fazemos nada: ontem, hoje ou amanhã não mudaremos. NÃO TEMOS JEITO.

Não vivemos aquela miséria ou nos solidarizamos com os outros. SOLIDARIEDADE É SEMVERGONHISMO.

Agora é assim: casas pequenas, gramados pequenos e sujos dos cachorros de madame, batidas sem letras, melodia de motor e aviões, pauladas. Pauladas nos cachorros, nos manifestantes, nos desligados do mundo. Nós: a margem do mundo. FONES DE OUVIDO, AUTISMO ATUAL! Convivência 'já era'.

Chegamos em casa e ligamos a TV num programa antigo, nada cultural, nada argumentativo. 'Não faz mal'.

Temos vivo o gosto de café sem açúcar no copo de plástico e o NADA nos enche a cabeça. Estávamos, e ainda estamos, mudos: condicionados em garrafas pet, embalagens tetra pak ou latas de alumínio.

Jogamos crianças de janelas, matamos pessoas na floresta e acorrentamos nossos filhos. Não faz mal, tudo é normal, está tudo bem. Bem mal!


4 comentários:

Anônimo disse...

adoro o modo como escreves... jocosamente ritmado ^^
bjo, broto!

kan ghu ru. disse...

o//
bom texto.
"td mundo revoltado, sem se revoltar propriamente com nada"
ueba!
:*

Anônimo disse...

gostei muito, muito mesmo, do que li.
beijos, srta. fungi

Unknown disse...

^^ Obrigada!