...E tudo traduziu-se em banalidade, vagueza, fiapos daquilo que chamávamos de sorriso e 'relação entre gente'. Somos caras sérias e cabeças baixas nas manhãs cinzentas ou ensolaradas.
E por acomodação dizemos 'Tá, tudo bem!'. Não, não fazemos nada: ontem, hoje ou amanhã não mudaremos. NÃO TEMOS JEITO.
Não vivemos aquela miséria ou nos solidarizamos com os outros. SOLIDARIEDADE É SEMVERGONHISMO.
Agora é assim: casas pequenas, gramados pequenos e sujos dos cachorros de madame, batidas sem letras, melodia de motor e aviões, pauladas. Pauladas nos cachorros, nos manifestantes, nos desligados do mundo. Nós: a margem do mundo. FONES DE OUVIDO, AUTISMO ATUAL! Convivência 'já era'.
Chegamos em casa e ligamos a TV num programa antigo, nada cultural, nada argumentativo. 'Não faz mal'.
Temos vivo o gosto de café sem açúcar no copo de plástico e o NADA nos enche a cabeça. Estávamos, e ainda estamos, mudos: condicionados em garrafas pet, embalagens tetra pak ou latas de alumínio.
Jogamos crianças de janelas, matamos pessoas na floresta e acorrentamos nossos filhos. Não faz mal, tudo é normal, está tudo bem. Bem mal!
4 comentários:
adoro o modo como escreves... jocosamente ritmado ^^
bjo, broto!
o//
bom texto.
"td mundo revoltado, sem se revoltar propriamente com nada"
ueba!
:*
gostei muito, muito mesmo, do que li.
beijos, srta. fungi
^^ Obrigada!
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