sábado, 18 de junho de 2011

[[ Um fim de tarde ]]

Mostrando uma foto ele disse que aquela época havia sido tão legal, porém hoje era como se já estivesse acabada e arquivada num desses móveis melancólicos.


Então, olhando na mesma direção, através do mesmo mar ela deu o último gole no chimarrão e com o mesmo sentimento que o invadia, mas agindo como se não houvesse mazelas, considerou:
- O estranho é que nós nunca percebemos que tudo está mudando. E se isso acontecesse não teríamos o que fazer em relação a isto. Porque não temos controle sobre os outros e sequer sobre nós mesmos. Então nos resta esse dessabor em relação ao tempo que não existe como presente, pretérito e tão pouco existirá futuramente. As vezes acho que nós, cada um de nós, é um arremedo de existencia. No fundo, não existimos.
Mantiveram-se em silêncio como animais ruminantes duranto o que restava de por-do-sol.

Um comentário:

Unknown disse...

"Além disso, o tempo para mim não é essa coisa insensata que nunca pára. Para mim, só para mim, ele retorna." (Svevo)