Ainda era bem pequena quando minha mãe disse:

- Não quero te deixar dinheiro, não quero te deixar imóveis. O melhor que tenho a te deixar é a tua educação: pessoal, intelectual, etc... É o que te dou porque sei que nunca vai se acabar até que tu também acabe.

Educação: alguns usam outros desusam.

Estou certa que conviver com terráqueos é cada vez mais difícil. E a cada segundo mais velha percebo que isso tende a piorar.

À minha adorável Cara de sapo-curucu

Amiguinha, sei que cada pessoa tem suas fases e elas devem ser respeitadas. Eu, admito, tenho as minhas mas, para não atingir ninguém entrego-me ao silêncio. Como diria um velho amigo falecido “O que não se pode falar, deve-se calar”.
Saiba que ao contrário da sua boca grande, minha paciência anda bem atrofiada, diminuta. Por isso, de suas idéias e suposições infundadas estou farta.
Eu gosto de ouvir, acho que todos merecem ser ouvidos desde que este pinico não esteja cheio. O meu está e de abobrinhas me basta o Domingão do Faustão.
Há coisa que irrite mais que falar mal dos conhecidos?
Sim, há! Falar mal, virar a cara, fechar portas na cara dos amigos, ironizar os príncipes.
Na minha vida, as pessoas são priorizadas ao extremo e se com a senhora não é assim, respeite-me, assim como eu a respeito, sempre respeitei – apesar de não haver reciprocidade – e continuarei respeitando.
Não arregale teus grades olhos para o meu guarda-roupa, nem fale bobagem sobre a minha bagunça. Das minhas coisas cuido eu.
Meus amigos não esperam na rua, eu não falo mal nem da cara virada, nem das risadas idiotas dos teus convidados. Novamente, respeite-me.
Simples assim: cuide dos teus cigarros que eu cuido dos meus livros. Eu faço minhas escolhas e a senhora as suas. Sorrimos e zas e mil... feito?????
Educação: eu uso a minha, não desmereça a sua, se é que a tem.

Atenciosamente!

Cogumela_invadida.