Alice não apaixonou-se por Rodolfo, mas pela imagem que pintou dele aquela noite.
- Rodolfo é aquele da fila. - disse a amiga acenando a ele.
- Não é o mesmo, não o meu... - risos.
Alice pintou Rodolfo com as cores que buscava nele e em todos. O curioso é que ela não sabia quais eram esses tons.
Na outra noite ele tonalizava vinho tinto e verde oliva. Os movimentos reluzentes de Rodolfo foram os criadores da ilusão da moça, outrora.
Ele tinha cor pastel, meio pálida agora. E neste momento Alice desejava todas as cores que pintou para si, separada da verdade, em seu Rodolfo.
No escuro almas vibram e mostram coisas que inexistem na sobriedade, ao acordar.
Alice desaprendera a desejar cores de areia, tijolo e pedra. Ela apaixonara-se pelo reflexo de sua busca sem objetivo real e ao dar-se conta disso resolveu abrir um vinho.
OBS: eu sou péssima em títulos. ¬¬
2 comentários:
Sempre pintamos as coisas com as cores que queremos ver e não com aquelas que realmente são.
O título está bom. Me lembra a música do Fito Paez.
muito bom teu texto :)
beijos
Postar um comentário