sábado, 29 de janeiro de 2011

Feliz velho-amor novo.

O verão invadiu nossas vidas, nossas camas e nos prostrou. Éramos escravos do mau humor, da insônia. Assim, desistimos de acampar, mas inevitavelmente as comemorações vieram para o ano que nascia ali, em meio aos vapores que cobriam a cidade e nos deixavam sem paradeiro. Havia felicidade naquele inferno?

Naquela noite eu me sentia um homem cego, enrugado pelo tempo, com champagne na mão e olhos para o céu enfoguetado. "Não devíamos comemorar ano novo no verão."

Abriu-se a contagem:

- Três...

- Dois...

- Um...V-I-V-A!

Resmungando e cheio de sono, eu olhei para o lado e sob os fogos vi teu rosto, já antigo. Tu eras a mesma desde muito tempo! E eu desejava-te, ainda... Desejava-te tanto que parecia ser ontem o nosso primeiro ano novo. Te abracei sentindo aquele calor alegre como da vez primeira. Os fogos confirmaram a entrada soberana do ano novo. Eu estava disposto a reinventar nossos rostos, hoje antigos, e festejar a cada dia nosso reencontro às seis da tarde com TIM-TIM e afeto.

Um comentário:

Sol disse...

O teu conto sobre o amor tah lindo! Vc possui muita destreza com as palavras. O amor eh sempre novo, uma vez q habita a gente. Na verdade ele eh atemporal. Parabéns pelo texto. Vc compriu sua palavra mais do q dignamente! Meu carinho!