sábado, 12 de abril de 2008

[ Brevidade do sonho...]

*Acredito que os melhores escritos são feitos em momentos de forte inspiração. A minha resolveu dar um passeio mas, logo volta.
Assim sendo, ao mexer em certas caixinhas de lembranças achei algumas coisa que pretendo mostrar.
O que segue, começou com um sonho em um cochilo de trinta minutos ou menos e deu nisso...

Sem título

Acordou assustada no dia que não amanheceu. Com olhos púrpura e seu andar de pelicano real, saiu as ruas.

O povo ia calmamente, absorto em notas e malotes. Todos no caos interior e individual diário. Alguns se cumprimentavam a sorrir pensando em matar o próximo com as mãos.

Igualmente, ela ria. Vez que outra, chorava ou gargalhava sem motivo. Em seu transe silencioso, tropeçava e não se desculpava. Seguia cambaleando e eles a atravessar sua imagem na transparência do vidro recém limpo. Parecia não conhecer ninguém ou ter acordado, no dia que não amanheceu, em outra cidade do mesmo planeta.

Aos poucos foi percebendo diferenças nunca notadas e pessoas conhecidas. Abanava sem ter resposta:

- Por quê???? o.Ô

Despreocupada, como sempre, seguia seu caminho sem rumo, planejando chegar ao nada antes da chuva de canivetes e pirulitos tuti-fruti.

Era desejada, como nunca antes, por cachorros e gatos abandonados. Deu-lhes o pouco que tinha: um livro de bolso, sua escova de dentes amarela e meia bolacha que guardara para quando a fome pedisse.

Retrocedeu. E no caminho já caminhado, avistou o gato de óculos bifocal absorto pelos tentáculos do palavreado... Um cachorro perguntou entre sorrisos “Meus dentes estão bem limpos??”. Ao dobrar a esquina, a poodle alva e diabética tinha uma convulsão após o “obrigada!!!”. Bolacha de chocolate: primeira e última.

Mais a frente, alguém, nunca visto mais alto, pediu-lhe um abraço, no bater de asas, e com um sorriso irrecusável recebeu o fechar de braços jamais sentido ou oferecido. Um pegou a mão do outro e na reciprocidade levantaram vôo em meio a amigos que choravam, inimigos que riam e crianças que observavam deslumbradas o ar fresco do sombrio bairro das cruzes.

Juntos, descansaram e gargalharam atrás do arco-íris vendo os amigos vivendo e comendo nuvens de algodão.

3 comentários:

André disse...

que massa!!
bah!

eu não sei bem o que isso tudo representa pra ti, mas achei bem legal!

x)

=****

Unknown disse...

* o FELIPE não conseguiu comentar mas, se conseguisse diria isso:


Felipe Rodrigo diz:
Conheci essa guria muito especial, em Rio grande..a uns dois anos...desde la eu fico conversando sempre que posso pois adoro os papos dela...além eh claro de ter uma quedinha....mas é pra fala o q achei do blog né?? Po,muito showw mesmu..q nem a dona, adorei....

Anônimo disse...

Eu interpretei da melhor forma possivel e puder dar nomes a todos os personagens, não sei se isso é apenas "coisa da minha cabeça", mas mesmo se for foi a liberdade que teu texto me deu. Obrigada pelo pirulito de tuti-fruiti x)

Beijo!

p.s: O Lauro leu comigo e gostou ;)