Comeu um pão com culpa pela manhã.
Ana abriu os olhos e lembrou que noutra noite fez o que devia. Não estava arrependida pela felicidade.
Acordou nua e sorriu para o espelho enquanto vestia uma roupa cheirando a lavada; a de ontem estava no chão cheirando a cigarro e a álcool. Seu estômago dóia descomunalmente. Mesmo assim, Ana sorria.
Andou pela rua refazendo os diálogos da noite passada, mentalmente. Seu físico parecia destruído, mas sua alma cheirava a lavada como a roupa que acabara de vestir. Portava um misto de boba-alegre e melancolia. Em todos os meus pensamentos: ELE. Uma grande preocupação: A OUTRA.
- Um café sem açúcar, por favor.
Bebeu café para curar o porre e comeu a culpa por ser humanamente confusa e desfocada.
Ana é míope. Mas seu coração sofre de estrabismo.
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